Câmara de Vereadores de Alfredo Wagner aprova Moção de Protesto contra afastamento de professor da Rede Estadual
A Câmara de Vereadores de Alfredo Wagner aprovou, nesta segunda-feira (23), uma Moção de Protesto contra o afastamento do professor da rede estadual de ensino, Mario Sergio Kalbuch, que leciona Língua Estrangeira – Inglês na Escola de Educação Básica Silva Jardim de Alfredo Wagner. O documento será enviado para a Secretaria de Estado da Educação e sua Diretoria de Gestão de Pessoas, bem como a Supervisão Regional de Educação (SUPRE) de Ituporanga.
De autoria do vereador Reginaldo Silveira, a Moção aponta que o professor Mario foi afastado de sua função docente no último dia 17 de setembro, pelo período de 60 dias, por ordem da Diretoria de Gestão de Pessoas da Secretaria de Estado da Educação, conforme Portaria publicada no Diário Oficial. O afastamento – que operou sem qualquer chance de manifestação e defesa do professor – ocorreu em razão de denúncia anônima registrada no ‘Disque 100’. Nela, ele é acusado de praticar atos de exploração sexual em salas de aula.
Os vereadores que ratificaram a Moção acreditam que toda e qualquer denúncia merece atenção e apuração; acreditam, também, no princípio máximo do Estado Democrático de Direito que paira sobre todos, que é o direito de defesa e contraditório.
Segundo os parlamentares, Mario Kalbuch possui histórico ilibado como pessoa e professor. Trata-se de um profissional qualificado e habilitado, regente de várias turmas, membro do Conselho Deliberativo da Escola, membro da Comissão Organizadora da Formatura da 3ª Série do Ensino Médio, referenciado por alunos, colegas, direção, pais e toda a comunidade alfredense.
A Moção ainda registra o mesmo protesto e indignação que a própria comunidade escolar e cidade já o fizeram, indo para as ruas com faixas e cartazes e nas redes sociais com manifestações pacíficas em defesa ao professor, que jamais registrou qualquer conduta desrespeitosa de qualquer gênero.
O vereador Reginaldo, que também é professor na Escola Silva Jardim, afirmou que toda essa situação tem prejudicado significativamente os alunos. Há enorme prejuízo na manutenção do afastamento do professor: Será necessário substituí-lo nas aulas, nas atividades como regente que desempenha, nas viagens de estudo com alunos já agendadas, entre outros. Ele afirmou conhecer o trabalho de Mario Kalbuch e saber de sua dedicação aos alunos e a Escola. “Quem dera todas as Escolas neste país tivessem professores com qualificação profissional, com dedicação e gabarito que o professor Mario possui”, declarou.
O vereador Emílio Carlos Petris declarou que suas filhas, alunas da Escola Silva Jardim, chegaram em casa demonstrando a indignação dos escolares diante do ocorrido. Segundo ele, as meninas sempre ouviram elogios do docente. Em conversas com crianças e adolescentes alunas do professor, Emilio declarou ser unânime o posicionamento destes de que o professor possui uma conduta correto e é qualificado para o cargo que ocupa.
Em fala, o presidente da Câmara, vereador Silvio Jose Althoff, lamentou o sofrimento o qual o professor Mario, sua família e pessoas próximas a ele foram submetidas nos últimos dias. Ele espera que a situação se reverta com a maior brevidade possível e que o profissional volte a ocupar seu lugar no quadro de professores do Silva Jardim.
Ao final da Moção, os vereadores pedem aos órgãos competentes que reavaliem o posicionamento firmado, com todo o direito de defesa legalmente assegurado.
Sobre denúncias falsas no ‘Disque 100’
O vereador Emilio Carlos Petris e o presidente da Câmara, vereador Silvio Jose Althoff, lamentaram o fato de o Disque 100 – serviço que atende casos de violação dos direitos das crianças e adolescentes - ser utilizado por pessoas que, aproveitando-se do anonimato, a usam para denegrir a imagem de pessoas corretas.
Para eles, a pessoa só deve denunciar quando os indícios forem fortes, as informações forem verdadeiras. Eles ainda destacam que se o fato não for verdadeira, os envolvidos na denúncia são expostos e a família destes também. “É um constrangimento para todos”, explicaram.
Eles ainda disseram que os órgãos envolvidos na investigação de denúncias falsas poderiam estar, naquele momento, agindo para proteger as reais vítimas da violência.